As primeiras experiências profissionais moldam o seu futuro


Publicado dia 22/07/2015

 Em entrevista, o professor  András Tilcsik, da escola de negócios Rotman, do Canadá, fala sobre como nossas primeiras experiências de emprego podem ajudar a formar nosso perfil como profissionais e afetar nosso futuro em outras empresas. Ele fez um estudo e viu que começar em uma empresa que está em um bom momento nos faz desenvolver competências diferentes do que se começamos a carreira em uma época de dificuldades para os negócios, por exemplo. Confira na entrevista a seguir. 

Como suas primeiras experiências podem marcar sua trajetória profissional?

Seu primeiro emprego pode dizer muito sobre quais habilidades você irá desenvolver. O professor András Tilcsik, pesquisador da Escola de Negócios de Rotman, no Canadá, descobriu que pessoas que têm sua primeira experiência profissional em uma empresa que está em um extremo - indo muito bem ou indo muito mal - são bem mais marcados por esse período do que imaginam.

Quem começa a carreira em empresas que estão em um momento não tão bom assim, por exemplo, tende a ser mais analítico e a buscar recursos diferentes com mais facilidade. Já quem começa em um lugar que está com tudo pode ter mais facilidade com ambientes acelerados. “Não é nem bom nem ruim, o que importa mais é se depois os ambientes profissionais serão parecidos com o primeiro para haver uma combinação”, András afirma.

O que importa para seu desempenho futuro, então, não é como foi o primeiro emprego, mas sim se suas experiências posteriores serão similares ao ambiente em que você teve suas primeiras experiências profissionais?

Sim, em várias das primeiras pesquisas as pessoas se focavam apenas em olhar as primeiras experiências profissionais, mas o que eu mostro é que não é somente qual a sua primeira experiência que importa, como você disse, mas sim esse jogo entre suas experiências formativas, o ambiente econômico da empresa em que você começa a trabalhar e as futuras empresas em que você trabalhará.

O senhor diria que gerentes e diretores de recursos humanos deveriam levar isso em consideração ao contratar alguém?

Acho que essa é uma das implicações. Mas quero deixar claro é que no meu artigo os resultados vêm da observação de pessoas dentro de uma única organização, então eu não tive a oportunidade de acompanhar as pessoas quando elas entraram em um novo emprego e saíram de uma empresa para outra.

Mas certamente pode-se imaginar ou assumir que se as pessoas podem levar consigo as marcas do emprego anterior, conforme elas mudam de empresa, então quem contrata deveria levar isso em consideração. As primeiras experiências deles podem ter deixado uma marca neles e que podem estar determinando como eles encaram o trabalho e como eles pensam sobre o trabalho. Essa pode ser uma ferramenta útil para gerentes porque você sabe quando pode esperar um bom desempenho de uma pessoa em particular.

Então uma pessoa deveria procurar empregos de acordo com as experiências anteriores para assegurar seu melhor desempenho também?

As pessoas em geral deveriam procurar por empregos que têm certa compatibilidade entre seus talentos e os desafios do novo emprego. Um aspecto importante nessa compatibilidade é que temos habilidades e costumes que correspondem a trabalhar em uma determinada configuração de disponibilidade de recursos, isto é, se a empresa está em um bom momento economicamente ou não.

E esse não é o tipo de coisa sobre a qual costumamos pensar, normalmente a gente pensa em termos de habilidades técnicas ou na cultura das organizações, tem outros aspectos importantes em termos de compatibilidade no que diz respeito ao cenário de disponibilidade de recursos.

Fonte: Você S/A

Artigos relacionados

ANUNCIE CONOSCO - CLIQUE AQUI E SAIBA COMO